Os Essênios
Eram originários do Egito, e durante a dominação do Império Selêucida, em 170 a.C., formaram um pequeno grupo de judeus, que abandonou as cidades e rumou para o deserto, passando a viver às margens do Mar Morto, e cujas colônias estendiam-se até o vale do Nilo. No meio da corrupção que imperava, os essênios conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De costumes irrepreensíveis, moralidade exemplar, pacíficos e de boa fé, dedicavam-se ao estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, longe do materialismo avassalador. Segundo alguns estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos(veja link Jesus). Os essênios suportavam com admirável estoicismo os maiores sacrifícios para não violar o menor preceito religioso. Procuravam servir à Deus, auxiliando o próximo, sem imolações no altar e sem cultuar imagens. Eram livres, trabalhavam em comunidade, vivendo do que produziam. Em seu meio não havia escravos. Tornaram-se famosos pelo conhecimento e uso das ervas, entregando-se abertamente ao exercício da medicina ocultista. Em seus ensinos, seguindo o método das Escolas Iniciáticas, submetiam os discípulos à rituais de Iniciação, conforme adquiriam conhecimentos e passavam para graus mais avançados. Mostravam então, tanto na teoria quanto na prática, as Leis Superiores do Universo e da Vida, tristemente esquecidas na ocasião. Alguns dizem que eles preparavam a vinda do Messias. Eram uma seita aberta aos necessitados e desamparados, mantendo inúmeras atividades onde a acolhida, o tratamento de doentes e a instrução dos jovens eram a face externa de seus objetivos. Muitos estudiosos acreditam que a Igrja Católica procura manter silêncio acerca dos essênios, tentando ocultar que recebeu desta seita muitas influências. Não há nenhum documento que comprove a estada essênia de Jesus, no entanto seus atos são típicos de quem foi iniciado nesta seita. A missão dos seguidores do Mestre Verdadeiro foi a de difundir a vinda de um Messias e nisto contribuíram para a chegada de Jesus. Na verdade, os essênios não aguardavam um só Messias, e sim, dois. Um originário da Casa de Davi, viria para legislar e devolver aos judeus a pátria e estabelecer a justiça. Esse Messias-Rei restituiria ao povo de Israel a sua soberania e dignidade, instaurando um novo período de paz social e prosperidade. Jesus foi recebido por muitos como a encarnação deste Messias de sangue real. No alto da cruz onde padeceu, lia-se a inscrição: Jesus Nazareno Rei dos Judeus. O outro Messias esperado nasceria deum descendente da Casa de Levi. Este Salvador seguiria a tradição da linhagem sacerdotal dos grandes mártires. Sua morte representaria a redenção do povo e todo o sofrimento e humilhação por que teria que passar em vida seria previamente traçado por Deus. O Messias-Sacerdote se mostraria resignado com seu destino, dando a vida em sacrifício. Faria purgar os pecados de todos e a conduta de seus atos seria o exemplo da fé que leva os homens à Deus. Para muitos, a figura do pregador João Batista se encaixa no perfil do segundo Messias. Até os nossos dias, uma seita do sul do Irã, os mandeanos, sustenta ser João Batista o verdadeiro Messias. Vivendo em comunidades distantes, os essênios sempre procuravam encontrar na solidão do deserto o lugar ideal para desenvolverem a espiritualidade e estabelecer a vida comunitária, onde a partilha dos bens era a regra. Rompendo com o conceito da propriedade individual, acreditavam ser possível implantar no reino da Terra a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens. Consideravam a escravidão um ultraje à missão do homem dada por Deus. Todos os membros da seita trabalhavam para si e nas tarefas comuns, sempre desempenhando atividades profissionais que não envolvessem a destruição ou violência. Não era possível encontrar entre eles açougueiros ou fabricantes de armas, mas sim grande quantidade de mestres, escribas, instrutores, que através do ensino passavam de forma sutil os pensamentos da seita aos leigos. O silêncio era prezado por eles. Sabiam guardá-lo, evitando discussões em público e assuntos sobre religião. A voz, para um essênio, possuia grande poder e não devia ser desperdiçada. Através dela, com diferentes entonações, eram capazes de curar um doente. Cultivavam hábitos saudáveis, zelando pela alimentação, físico e higiene pessoal. A capacidade de predizer o futuro e a leitura do destino através da linguagem dos astros tornaram os essênios figuras magnéticas, conhecidas por suas vestes brancas. Eram excelentes médicos também. Nos escritos dos rosacruzes, são considerados como uma ramificação da Grande Fraternidade Branca, fundada no Egito no tempo do faráo Akenaton. Em cada parte do mundo onde se estabeleceram, eles receberam nomes diferentes, às vezes por necessidades de se proteger contra as perseguições ou para manter afastados os difamadores. Mestres em saber adaptar seus pensamentos às religiões dos países onde se situavam, agiram misturando muitos aspectos de sua doutrina a outras crenças. O saber mais profundo dos essênios era velado à maioria das pessoas. É sabido também que liam textos e estudavam outras doutrinas. Para ser um essênio, o pretendente era preparado desde a infância na vida comunitária de suas aldeias isoladas. Já adulto, o adepto, após cumprir várias etapas de aprendizado, recebia uma missão definida que ele deveria cumprir até o fim da vida. Vestidos com roupas brancas, ficaram conhecidos em sua época como aqueles que "são do caminho". Foram fundadores dos abrigos denominados "beth-saida", que tinham como tarefa cuidar de doentes e desabrigados em épocas de epidemia e fome. Os beth-saida anteciparam em séculos os hospitais, instituição que tem seu nome derivado de hospitaleiros, denominação de um ramo essênio voltado para a prestação de socorro às pessoas doentes. Fizeram obras maravilhosas, que refletem até os nossos dias. A noticái que se tem é de que a seita se perdeu, no tempo e memória das pessoas. Não sabemos da existência de essênios nos dias de hoje(não que seja impossível), é no mínimo, pelo lado social, é uma pena termos perdido tanto dos seus preceitos mais importantes. Seo que nos restou já significa tanto, imaginem o que mais poderíamos vir a ter aprendido
Características do povo Essênio. Os essênios conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De
costumes irrepreensíveis, moralidade exemplar, pacíficos e de boa fé, dedicavam-se ao
estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, ao contrário do materialismo presente
na época. Era um povo muito além de seu tempo e procuravam servir a Deus, auxiliando o
próximo, sem imolações no altar e sem cultuar imagens. Eram livres, trabalhavam em
comunidade, vivendo do que produziam. Em seu meio não havia escravos.
Vivendo em comunidades distantes, os essênios sempre procuravam encontrar na solidão
do deserto o lugar ideal para desenvolverem a espiritualidade e estabelecer a vida
comunitária, onde a partilha dos bens era a regra (um essênio não podia esconder uma posse). Rompendo com o conceito da propriedade individual, acreditavam ser possível
implantar na Terra a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens. Todos os
membros da seita trabalhavam para si e nas tarefas comuns, sempre desempenhando
atividades profissionais que não envolvessem a destruição ou violência. Não era possível
encontrar entre eles açougueiros ou fabricantes de armas, mas sim grande quantidade de
mestres, escribas, instrutores, que através do ensino passavam de forma sutil os
pensamentos da seita aos leigos.
Cultivavam hábitos saudáveis, zelando pela alimentação, físico e higiene pessoal.
Os membros da seita vestiam-se de branco, seguiam uma dieta vegetariana e ficaram
conhecidos em sua época como aqueles que "são do caminho". Cultivavam o silêncio e
possuíam rígidas regras como, por exemplo, à mesa na hora de se alimentarem.
O Legado Essênio. Muitas informações sobre os essênios são desconhecidas ou baseadas em hipóteses,
porém, o relato de autores antigos sobre os essênios é fundamental para compreendermos
um pouco das características e do legado desse povo.
Flávio Josefo, historiador judeu (37 d.C. – 100 d.C.), autor de: A Guerra Judaica e As antiguidades Judaicas. Aos 16 anos, Josefo recebeu alguns ensinamentos de um mestre essênio com que viveu durante três anos.
Flávio nos diz, a respeito dos essênios: "Existem, com efeito, entre os judeus, três escolas filosóficas: os adeptos da primeira são os fariseus; os da segunda, os saduceus; os da
terceira, que apreciam justamente praticar uma vida venerável, são denominados essênios:
são judeus pela raça, mas, além disso, estão unidos entre si por uma afeição mútua maior que a dos outros"
O Romano, Plínio, o Velho, nos oferece precioso dado para a localização dos essênios: "Na parte ocidental do mar Morto os essênios se afastam das margens por toda a extensão
em que estas são perigosas. Trata-se de um povo único em seu gênero e admirável no
mundo inteiro, mais que qualquer outro: sem nenhuma mulher e tendo renunciado
inteiramente ao amor; sem dinheiro e tendo por única companhia as palmeiras. Dia após
dia esse povo renasce em igual número, graças à grande quantidade dos que chegam;
com efeito, afluem aqui em grande número aqueles que a vida leva, cansados das
oscilações da sorte, a adotar seus costumes (...) Abaixo desses ficava a cidade de
Engaddi, cuja importância só era inferior à de Jericó por sua fertilidade e seus palmeirais,
mas que se tornou hoje um montão de ruínas. Depois vem a fortaleza de Massada, situada
num rochedo, não muito distante do mar Morto"
O que realmente mais impressiona àqueles que estudam os essênios, são as ruínas de
Qumram e os Manuscritos do Mar Morto, pois são achados dos próprios encontrados no meio do deserto.
No fim de 1946 (novembro ou dezembro) os ta'amireh estão pastoreando seus rebanhos
em Ain Feshka, oásis próximo ao Mar Morto. Três pastores, Khalil Musa, Juma Mahoma
Khalil e Mahoma Ahmed el-Hamed, cognominado ed-Dib (o lobo), descobrem em uma das
grutas da região uns jarros de argila e em um deles três rolos escritos em hebraico antigo,
o que dificulta a identificação.
Esta gruta está situada nos rochedos de uma falésia a cerca de 1300 metros ao norte de algumas ruínas que os árabes conhecem pelo nome de Khirbet Qumran. "Khirbet" significa "ruína" e "Qumran" deriva do nome do Wadi Qumran ali existente.
A região escolhida para a construção desse monastério é a de menor altitude no planeta (400 metros abaixo do nível do mar)
Estas ruínas estão a 12 km ao sul da atual Jericó e a 1 km da margem noroeste do Mar Morto. Os arqueólogos sempre acharam que fossem ruínas de uma fortaleza romana. Assim, com a descoberta, os arqueólogos relacionam o grupo que vivia nessas ruínas com
os possíveis responsáveis pelos manuscritos encontrados. E ao redor, outras grutas são encontradas contendo outros fragmentos cuidadosamente embalados em jarros, o que leva
a crer que aqueles documentos não estariam ali por acaso.
Os essênios esconderam seus manuscritos em potes de cerâmicas e os enterraram em cavernas um pouco antes de um ataque romano destruir o monastério de Qumran. Começa então uma mudança radical nas hipóteses dos cientistas.
Em Khirbet Qumran os arqueólogos identificam um conjunto de construções bastante
interessante: oficinas, olaria, despensas, refeitório, cisternas, um "scriptorium" etc. Nenhum
fragmento de manuscrito é encontrado nas construções, mas apenas algumas óstracas
(cacos de cerâmica com escrita). E a sua grafia é a mesma dos manuscritos encontrados
nas grutas. Também são recolhidas cerâmicas, moedas e outros objetos.
Apesar da falta de água no deserto, os essênios se banhavam duas vezes ao dia, sempre antes das
refeições (assim acreditavam que purificavam o corpo e a alma). A água necessária era
cuidadosamente armazenada nas cisternas a partir da chuva (área em vermelho na figura à esquerda).
Os manuscritos eram redigidos nos escritórios
O curioso é que o edifício não possui dormitórios. Ou se dormia em tendas ou nas grutas das redondezas.
No total, são recuperados, em 11 grutas de Qumran, 11 manuscritos mais ou menos
completos e milhares de fragmentos de mais de 800 manuscritos em pergaminho e papiro.
Escritos em hebraico, aramaico e grego, cerca de 225 manuscritos são cópias de livros
bíblicos, sendo o restante livros apócrifos.
Os manuscritos estão sendo traduzidos até hoje e muito já foi descoberto. Jesus Cristo teria sido um essênio? Há dezenas de dúvidas sobre os essênios, mas a hipótese de que Jesus Cristo teria tido
contato com eles é uma das mais intrigantes.
Não há relatos sobre onde esteve nem o que Jesus fez entre seus 13 e 30 anos. Assim, a hipótese que os estudiosos adotam é a de que Jesus, durante esse tempo, esteve com os
essênios e teve sua “clarividência” despertada junto a esse povo.
Outro fato intrigante, é que, sendo os essênios uma das três mais importantes seitas da
Palestina naquela época, por que o evangelho não fala deles?
Teria sido o evangelho “censurado”?
A verdade ainda é desconhecida. Mas, de acordo com os manuscritos do mar Morto, eis alguns costumes dos essênios:
- Batismo
- Santa Ceia
- Caridade
- Andavam em grupos de doze
- Jejum
- Curandeirismo
Os Essênios viviam em comunidades agrícolas, afastadas das aldeias e cidades. Seu estilo de vida era simples; utilizavam a terra e os bens em conjunto. O indivíduo tinha direito a uma casa simples e a objetos adequados ao uso diário. A riqueza, tanto como a pobreza, era rejeitada como algo anormal. Os Essênios acreditavam que todas as necessidades humanas, como alimentação, moradia, vestuário, etc., podiam ser satisfeitas no contato com a Natureza - sem lutas nem guerras.
Os Essênios viviam em harmonia com a Natureza e com as leis naturais. Eles vizualizavam seu trabalho com as plantas e as árvores como a chave de todo o Universo. O trabalho era a conexão com a natureza, o sol, a terra e a chuva. Pelo fato de trabalharem a favor da natureza e não contra ela, podiam assegurar suas necessidades vitais com poucas horas de trabalho. Sabiam muito a respeito do clima, das estações do ano, dos fenômenos metereológicos, conheciam as estrelas e sua influência sobre as plantas, os animais e os homens. Mantinham-se conscientemente afastados das cidades para poderem viver mais próximos à natureza. Além disso, acreditava que as degenerações, doenças e os transtornos mentais manifestavam-se primordialmente naqueles que haviam perdido contato com aquela.
Além disso, os essênios eram vegetarianos: os cereais constituíam sua alimentação básica. Eram mestres na arte de tornar fértil a terra pobre, a transformavam desertos em bosques. Acordavam antes do raiar do dia, e sua primeira oração era dedicada ao sol; por isso eram às vezes chamados de "adoradores do sol". Após a oração, banhavam-se com água fria e tomavam a primeira refeição em silêncio. Trabalhavam até a tarde, e o anoitecer era dedicado à meditação e ao estudo dos ensinamentos.
Eram capazes de evitar a maior parte das doenças devido ao seu conhecimento das plantas e das ervas medicinais, grande parte de seus ensinamentos referia-se à cura natural e espiritual. Segundo algumas fontes "essênio" significa "aquele que cura". Era de conhecimento geral na época que os essênios possuíam poderes especiais de cura, e pelo menos um deles é expressamente citado na Bíblia: João Batista. Os alimentos dos essênios eram frescos , colhidos em suas próprias hortas e pomares, e muitos eram ingeridos crus. Até os cereais eram frequentemente preparados de modo a produzir uma espécie de pão que não era submetida a cozimento. Os grãos eram amolecidos, triturados, moldados em forma de bolos e secos sobre pedras ao sol. Esses bolinhos eram de fácil digestão e continham ainda todos os nutrientes naturais dos grãos integrais crus. Hoje sabemos que muitas doenças degenerativas são causadas pela ingestão de poucos alimentos crus.
Os essênios eram da opinião que a ingestão da carne de animais assassinados tornam as pessoas sem sentimento, nervosas, impacientes e propensas a doenças. Desconheciam o açúcar. Suas refeições eram simples e constavam habitualmente de dois ou três componentes. A maior parte das refeições era ingerida devagar e em silêncio, e eles jejuavam uma vez por semana.
O pão essênio é um alimento funcional completo, rico em fibras, que melhora a função intestinal, fa
Trata-se de um milagre em termos de nutrientes e energia vital , é produzido com trigo germinado, mas ao invés de ser assado ao forno, é desidratado como se fosse uma passa de fruta. Nesse processo de desidratação o pão essênio torna-se crocante, seco, gostoso e altamente nutritivo. Pelo fato de ser exposto apenas a um calor inferior a 43oC, as enzimas naturais do trigo não se destroem e você ingere um pão de trigo com a maioria das vantagens do trigo vivo. Nesse sentido o pão essênio pode ser chamado de “o legítimo pão da vida” que associado com o “sangue vegetal”, a clorofila, justifica a expressão “milagre” acima.
Os Essênios são como santos que habitam em muitas aldeias e vilas da Palestina. Não se unem por clã familiar ou por raça, mas sim por meio de associações voluntárias formadas com o intuito de melhor praticar a virtude e o amor entre as criaturas.
Nas suas casas jamais se houve grito ou tumulto. Cada um quando fala cede a palavra ao outro. Este silêncio causa grande impressão no visitante.Ninguém interrompe sem ser autorizado.
Sabem moderar a cólera e conservar o equilíbrio. Cumprem a palavra e sustentam a paz. O que dizem vale mais do que um juramento. Aliás, consideram o juramento um sacrilégio, porque só precisa jurar quem é mentiroso.
Os que entram para a comunidade se comprometem a não prejudicar ninguém, a ser fiel com todos, especialmente com os que têm poder, uma vez que ninguém ocupa cargos sem que seja pela vontade de Deus.
Muitos podem prever o futuro e é raro que se enganem nas previsões.
Muitos não se casam, porque acreditam que o matrimônio é um impedimento à vida simples.
Os relatos a respeito deles informam que não se encontram na comunidade fabricantes de armas. Cuidam dos órfãos, como filhos, e dos velhos, como pais. Amam o semelhante sem a preocupação da parentela. Não têm posses; seus bens são postos em comum e deles cada um retira o necessário. A ninguém falta a comida, a roupa, a moradia ou o remédio.
Instruem-se. Nos fins de semana um lê e explica aos demais. Qualquer um pode explicar, independentemente de cultura. Mas exigem que aquele que ensina igualmente viva o que prega. Se assim não for, qualquer outro menos instruído poderá tomar-lhe o lugar.
Consideram grande abundância ter-se poucos desejos e fáceis de ser realizados. Não acumulam terras, nem ouro, nem bens de qualquer natureza. Entre eles não há escravos. A escravidão destrói a igualdade e afronta contra a natureza que, como boa mãe, faz dos homens irmãos.
Se nos afastarmos da ganância, na maioria das vezes por coisas desnecessárias, escreveremos capítulos menos tristes na novela de nossas vidas.
OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO E O CRISTIANISMO
Desde que os primeiros manuscritos do mar morto foram entregues ao escrutínio dos pesquisadores, o problema de sua relação com o cristianismo primitivo
tornou-se um ponto chave.
As primeiras teorias sobre qumran produziram algumas teorias espetaculares a respeito da relação entre jesuss, os priimeiros critãos e a comunidade de qumran.
Em 1950 o estudioso frances André Dupont-Sommer argumentava que o MESTRE DA JUSTIÇA - o fundador e primeiro chefe do grupo de qumran, segundo seus manuscritos - teve uma trajetória que antecipou e se comparou à de JESUS.
As especulações de Dupont-Sommer tiveram forte influencia sobre Edmund Wilson, o critico literario que escreveu o famoso artigo na new-yorker, depois transformado em livro, " os manuscritos do mar morto ", que despertou grande interesse popular e muitas controvérsias sobre os manuscritos.
Wilson argumentava que a relação do grupo de qumran com jesus e os primeiros critãos poderia ser encarada como " a sucessão das fases de um movimento".
Segundo Wilson, os estudiosos judeus e cristãos relutaram em admitir as implicações dos manuscritos por acausa de suas predisposições religiosas. Os judeus preocuparam-se com que a autoridade do texto massorético ( o texto tradicional da biblia hebraica) não fosse abalado, e não gostariam de saber que o cristianismo fosse considerado o desenvolvimento natural de uma forma particular de judaismo.
O cristianismo também deveria se sentir ameaçado pelo teor dos manuscritos, estava em jogo a condição de jesus como ser unico e incomparavel.
Ao mesmo tempo, outros estudiosos se entregavam ao trabalho paciente de estabelecer exatamente onde estavam os pontos de contato e de divergência.
Sob o título " os manuscristos e o novo testamento, KRISTER STENDAHL, reuniu 13 estudos detalhados sobre a seita, elaborador por 11 especialistas,
examinando as principais semelhanças entre a seita de qumran e o cristianismo primitivo.
A conclusão de Stendahl com este estudo profundo de múltiplos pesquisadores é :
"- Pode-se afirmar que os manuscritos contirbuem para o entendimento dos antecedentes do cristianismo, mas essa contribuição é tanta, que chegamos a um ponto onde o significado das semelhanças definitivamente resgata o cristianismo de falsas pretensões de originalidade no sentido popular e nos remete a uma nova compreensão de sua verdadeira base, na pessoa e nos eventos da vida do seu messias ".
Um dos livros sobre Qumran de maior repercussão foi o de Frank M. Cross - a antiga biblioteca de qumran e os modernos estudos biblicos - :
Pela primeira vez podemos agora investigar seriamente como as intituiçõe e os padrões tipicos da vida comunal dos primórdios da igreja se fundamentam num ambiente apocaliptico anterior.
A literatura essênia ( de qumran) nos capacita adescobrir o real ambiente judaico, no qual existia uma compreenssão apocaliptica da história como parte integrante da vida comunal. Como a igreja primitiva, a comunidade essenia se distinguia das associações farisaicas e de outros movimentos dentro do judaismo precisamente por sua consciena --de já ser a congregação convocada e escolhida do final dos tempos-- . Ao contrário da tendencia de teologos do novo testamento de presumir que a -existencia escatológica- da igreja primitiva ( isto é, sua vida comunal, vivida em antecipação ao reino de deus, juntamente com as formas moldadas por essa vida) era um fenomeno exclusivamente cristão, devemos afirmar agora que foram descobertos nas comunidade essenias antecendetes de formas e conceitos cristãos.
Tem-se 3 paralelos nesta área :
- na linguagem teológica ( especialmente JOÃO)
- nos motivos escatológicos ( em particular no modo como as escrituras foram interpretadas com relação ao seu tempo, mas também no entendimento que tinha de si mesmos como o povo da nova aliança e sua perspectiva messianica)
- em sua ordem e instituições liturgicas ( batismo, refeiçoes rituais, propriedade comum de bens, liderandça)
Em cada caso os membros de qumran e os primeiros cristãos tinham em comum pontos de vista essenciais.
Em 1966, um estudioso alemão, Herbert Braun, publicou uma obra em 2 volumes contendo um tratamento encadeado de todas as passagens do novo testamento, de mateus até o apocalpse, para as quasis existe um paralelo plausivel na literatura de qumran.
326 paginas em letras miúdas, e naturalmente estes paralelos variam em qualidade e importancia, mas , quaisquer que sejam os limites, apenas seu volume certamente ja impressiona.
Em suma, a medida que amadurecia a pesquisa sobre Qumran, foi sendo amplamente reconhecido que, embora existissem diferenças importantes entre a literatura de qumran e a primitiva comunidade cristã, elas também apresentavam semelhanças marcantes no vocabulário teológico, em alguns importantes preceitos doutrinarios e em varias praticas organizacionais e rituais.
Robert Eisenman da universidade da califórnia, sugeriu um movimento zadoqueu, do qual a comunidade de qumran faria parte, que supostamente teria existido por séculos, abrangendo Esdras, Judas Macabeu, João Batista, Jesus e seu irmão Thiago, só no século I d.c. é que esse movimento se teria tornado um grupo independente e escrito os documentos da seita de qumran.
Barbara Thiering da universidade de sydney, identificou joão batista como o mestre da justiça, e jesus como o sacerdote impio dos textos de qumran.
Teicher de Cambridge, sustenta por sua vez que o apóstlo Paulo é o sacerdote ímpio.
Poucos ou nenhum dos estudiosos se convenceram ocom os argumentos aventados por Eisenman, Thiering ou }Teicher.
Então vamos examinar de perto e avaliar em bases mais precisas e realistas algumas das semelhanças significativas entre o NOVO TESTAMENTO e a LITERATURA DE QUMRAN.
uma consideração importante:
--Devemos reconhecer o valor proporcionado pela literatura encontrada nos manuscritos de qumran, em comparação a escassez de qualquer outra literatura hebraica ou aramaica contemporanea dos primordios do cristianismo.
os livros da biblia hebraica são , quase todos , consideravelmente mais antigos.
o vasto corpo de textos rabínicos foi escrito séculos depois.
Antes das descobertas de qumran, a maior parte do material comparativo do século I par o estudo do cristianismo primitivo vinha de fontes GREGAS e LATINAS.
a subita possibilidade de acesso a uma biblioteca inteira de textos HEBRAICOS e ARAMAICOS, datando da mesma época dos acontecimentos do novo testamento, naturalmente é de valor inestimável para os estudiosos.
Um dos exemplos mais patentes do esclarecimento que os textos de qumran podem trazer para a literatura do novo testamento está nas formulas linguisticas e verbais.
O novo testamento foi escrito em GREGO, jesus porém falava ARAMAICO, e todos os seus primeiroos disciuplos foram JUDEUS da galileia ou da judéia, que falavam alguma lingua semita.
Os textos de qumran nos proporcionam pela primeira vez o ORIGINAL HEBRAICO ( e ocasionalmente aramaico) de uma série de PALAVRAS e FRASES do NOVO testamento.
Exemplo: a expressão grega TON PLEIONOM , normalmente traduzida por MUITOS, que no novo testamento se tornou a designação para gurpos inteiros de seguidores de jesus, através da comparação com textos de qumran, como o MANUAL DA DISCIPLINA, descobre-se a expressão original HRBYM , que tem um sentido mais acertado como CONGREGAÇÃO.
A palavra grega EPISKOPOS ( bispo/supervisor) também tem a expressão original revelada na palavra HMBQR, palavra que dá origem a GUARDIÃO em uma passagem, mas a SUPERVISOR em outra passagem.
Com a ajuda dos manuscritos de quamram podemos chegar aos originais hebraixos ou aramaicos de várias outras expressões do novo testamento, não apenas nos evangelhos, mas também nas obras de paulo.
- a justiça de deus = DIKAIOSYNE THEOU = SIDCAT'EL
-trabalhos da lei = ERGA NOMOU = MAASÉ TORÁ
-igreja de deus = HE EKKLESIA TOU THEOU = GEHAL'EL
filhos da luz = HULOI PHOTOS = BENE'OR
Será possivel que um fragmento de algum evangelho do NOVO testamento tenha sido encontrado em Qumran?
A comunidade foi destruida pelos romanos em 68 d.c. e muitos acreditam que , por essa época, o primeiro dos evangelhos canonicaos, o de Marcos, já teria sido composto.
Portanto não seria de todo impossível que um texto do evangelho aparecesse em qumran.
Na verdade um estudioso desse ter identificado em vários fragmentos da caverna 7 de qumran, onde se encontraram trechos em grego, não apenas partes do textod de marcos, mas também de atos, romanos, 1 timóteo, tiago e 1 pedro. Foi um jesuíta espanhol que fez esta afirmativa, José O'Callaghan, na década de 70, mas suas idéias foram abandonadas pelo meio científico, pois ele se baseou em fragmentos com um texto minúsculo, quae ilegíveis, o que é uma insuficiencia de provas para se fazer tal afirmativa em bases científicas.
É óbvio que se a afirmativa do jesuíta estivessem corretas, teríamos que introduzir grandes alterações nas teorias sobre quem eram os residentes de qumran nas ultimas fases da comunidade ( que seriam então os primitivos cristãos).
Considere 2 coríntios 6,14-15 : " não vos coloqueis em jugo desigual com os infiéis. Porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? e que comunhão da luz com as trevas? que harmonia entre cirsto e belial? ou que união do crente com o infiel?"
Toda esta passagem se parece muito com o que encontramos em qumran - o contraste luz/trevas é uma expressão usada particularmente por PAULO, e só encontra precedentes nos textos ESPECÍFICOS da comunidade de qumran, também a forte consciencia de um grupo fechado.
O nome BELIAL ocorre somente nesta passagem de corintios, em todo o novo testamento, mas aparece comumente em qumran.
Em suma, não pode se provar que a passagem de corintios seja um texto de qumran revisado, mas PAULO usa aqui uma linguagem que se conhece APENAS nos textos de qumran.
Uma afirmação semelhante pode ser feita em relação ao SERMÃO DA MONTANHA, em amteus 5-7.
Este também inclui uma série de expressões que podem ser comprvadas em qumran, porem em nenhum outro texto.
exemplo: os POBRES DE ESPIRITO (mateus 5,3) aparecem na guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas (14-7), mas em nenhum outro texto antigo.
Da mesma forma o preceito contido no sermão para que se evitem juramentos, por serem desnecessários, ja que somente a palvras de alguém deveria ser suficiente ( mateus 5,33-37), lembra a grande enfase dada a verdade nos manuscritos ( o MANUAL DE DISCIPLINA 2,24-36 chama o grupo de " A COMUNIDADE DA VERDADE) e talvez seja a explicação para a afirmação de Josefo de que os essenios eram despensados de fazer o juramento de lealdade a Herodes.
A obrigação de VOLTAR A OUTRA FACE ( matues 5,38-39) é encontrada no manual de disciplina e em NENHUM outro lugar.
As antiteses do sermao da montanha ( ouviste o que foi dito..., eu, porém, vos digo .... ") fazem lembrar a forma coo a ainda inédita carta halaquica (4qmmt) introduz as divergencias entre a seita e seus oponotes: "vós sabeis.... nós pensamos/dizemos...."
Das figuras do novo testamento, aventadas como possíveis de estarem nos manuscritos de qumran, como JESUS, TIAGO o justo, PAULO o apóstolo, e JOÃO BATISTA, a única mais provável que tenha estado em contato com a comunidade essenia de qumran é João Batista.
A semelhança entre João, suas vestes , hábitos , e seus ensinamentos e os ensinamentos e características da comunidade essenia de qumran é algo inegável e muito intrigante.
Os 3 evangelhos sinóticos o descrevem com características tais :
a) viveu no deserto até ter sua revelação divina.
b) pregava o arrependimento.
c)dizem que a pregaçao tinha um propósito maior nos planos divinos para os ULTIMOS DIAS, pois confirmava as palavras de isaias . ( apocalipsismo tipico de qumran,
Mateus e Marcos acrescentam uma descrição das roupas e da alimentação incomuns de joão:
c)ele usa uma vestimenta de pelo de camelo com um cinto de couro e se alimenta de gafanhotos e mel silvestre.
d) os evangelhos especificam que o batismo de João ocorreu no rio Jordão, o tipo de batismo de arrependimento que joão minstrava tem paralelo na doutrina de qumran sobre a limpeza e santificação da água.
As ruinas de qumran denotam a existencia de uma série de cisternas, algumas das quais eram usadas para os frequentes banhos rituais do membros da comunidade.
O batismo de joão e as abluções de quamran podem ter sido coisas diferentes, mas tinham conotação de ARREPENDIMENTO, ao contrario do batismo de prosélitos, que se destinavam aos judeus.
E também preciso lembrar que tanto a comunidade de qumran como joão batista tem suas missões explicadas em nossos registros pela mesma citação das escrituras - Isaías 40,3.
O manual de disciplina (8,12-15) cita este mesmo versiculo para indicar que o grupo acreditava estar cumrpindo as palvras do profeta, ao leteralmente se fixar no deserto para ali preparar o caminho do senhor pelo estudo da torá de moisés.
Outra personalidade do novo testamento sobre quem vários textos de qumran lançam uma nova luz é MELQUISEDEC.
Ele aparece algumas vezes no livro do novo testamento conhecido como EPISTOLA AOS HEBREUS como sacerdote de uma ordem á qual jesus pertencia.
O texto de Hebreus tenta justificar um possivel sacerdócio de Jesus, que era de genealogia davidica e não levitica ( portanto não poderia ser sacerdote), através da personagem Melquisedec que era uma espécie de sacerdote celestial,
Num texto de qumran, chamado 11QMelquisedec , Melquisedec apresenta uma condição sobre-humana, que claramente abrange a vida eterna, com poderes para elevar os santos de deus por feitos de julgameno e que tira vingança divina sobre o mal.
Uma semelhança total com o texto de Hebreus.
Em " os cânticos do sacrificio do Shabat", que é outro texto essenio de qumran, melquisedec parece oficiar como sumo sacerdote celestial, exatamente como jesus faz em Hebreus.
Muitas praticas rituais e comunitárias dos membros de qumran, que viviam perto do mar morto e que produziram o que chamamos de manuscritos do mar morto, apresentam alguns paralelos impressionantes com os cristãos do novo testamento. Eis alguns deles:
1) Em Atos (2,44-45 , atos 4,32) :
"e todos os que acreditavam estavam juntos e tinham todas as coisas em comum, e vendiam suas propriedade e bens, distribuindo o produto entre todos, na mesma medida de suas necessidades.
Mais adiante em atos, Lucas narra o célebre caso de Ananias e Safira, que haviam vendido umas terras, mas ofertaram à comunidade somente uma parte do preço obtido. Pedro os acusa por terem retido parte do preçoe ambos caem mortos.
Atos aqui reflete a situação na incipiente comunidade CRISTÃ de jerusalém.
Paulo, por outro lado escreve dando a entender que os membros das igrejas que havia fundado tinham meios particular para ajudar os mais necessitados (1 corintios 16,2). Mesmo em jerusalém a contibuição para a comunidade pode ter sido voluntaria
O manual de disciplina de qumran várias vezes alude a incorporação das propriedades particulares dos membros as posses do grupo. Este tema é especialmente destacadao na parte que descreve os procedimentos de iniciação para os postulantes a seita.
No começo o neófito não tem permissão de partilhar a comida pura da congregação, "nem terá qualquer parte da propriedade da congregação".
apos um ano e se aprovado, "suas propriedades e ganhos serão entreguess ao tesoureiro da congregação, que os registrara em sua conta," PORÉM somente apenas mais um ano é que realmente tudo será incorporado e usado pela congregação.
2) Outro ponto comum entre os essenios e os primeiros cristãos é a refeição sagrada com significado escatológico
A ULTIMA CEIA
que jesus clebrou junto com seus seguidores mais proximos, é apresentada de DUAS maneiras nos evangelhos: para mateus , marcos e lucas foi uma refeição de Pêssah, completa, com pão azimo e vinho, para João foi realizada na noite anterior ao Pêsah, e nem o pao nem o vinho são mencionados.
Nas versões que consideram a ultima ceia um seder de Pêssah, o pão e o vinho tem papéis importantes, na verdade ele tem significado sacramental.
Aquela descrição classica de jesus partindo o pão, e passando o vinho, e comei e bebei, é meu corpo , é meu sangue
e "por aquele dia em que ei de beber, novo, convosco no reino de meu pai"
Ora, os textos de qumran também descrevem uma refeição especial na qual entravam os elementos básicos do pão e do vinho.
O manual de disciplina se refere as refeiçoes do grupo:
"e estando a mesa preparada para a refeição e o vinho novo para ser bebido, o sacerdote será o primeiro a estender sua mão para abençoar as primicias do pão e do vinho novo.
3) Os textos de Qumran também podem solucionar um antigo problema de datas que ocorre nos estudo do Evangelho.
Os evangelhos de Mateus , Marcos e Lucas colocam a ULTIMA CEIA na sexta feira, uma refeição de Pêssah
E João coloca numa quinta feira, um dia antes da Pêssah, e a morte de Jesus ocorreu no dia seguinte, dia em que os cordeiros pascais eram sacrificados.
O calendário oficial hebraico era lunar, com alguns ajustes regidos pelo Sol. Em Qumran usava-se um calendário solar de 364 dias.
Com 2 calendários em vigor naquele tempo, é possível que os evangelhos sinópticos ( mateus , lucas, marcos) tenham seguido o calendário solar, e João o calendário oficial lunar.
Bem, de qualquer forma não há provas de que isto tenha ocorrido, e também João sendo o unico discordante contra 3 outros, e notando que segundo sua versão a morte de Jesus cai no dia de sacrificio dos cordeiros, pode bem ser que ele "ajustou" as coisas para Jesus ser o cordeiro pascal de seu povo.
Outra coisa, João não enfatiza o pão e vinho da última ceia, mas sim o ritual do LAVA PÉS e o amor mútuo.
Por outro lado, analisando a questão, os 3 apostolos seguindo um calendario solar de essenios, e salientando rituais de pão e vinho essenios, comparativamente a João seguindo calendario lunar e salientando ritual não essenio, pode ser um ponto a favor de que realmente a morte de Jesus ocorreu no dia relatado realmente, para todos, e que os 3 apóstolos refletem alguma ascendencia essenia para jesus ou todos eles.
4) Essenios ( comunidade de qumran) e Primitivos Cristãos tem uma semelhança completa na sua essencia dita escatológica, quer dizer, ambos os grupos tinham expectativas messianicas identicas, mantinham uma intensa expectativa de que ofim dos tempos chegaria em breve, ordenando suas crenças e praticas comunais de acordo com esse artigo de fé.
Uma diferença fundamental é que o manual de disciplina e também a regra da congregação afirma que viriam 2 MESSIAS, seriam os Messias de Aarão e de Israel, o sacerdotal de Aarão, o segundo mais inferior é o messias leigo, de Israel.
( nota pessoal minha : E na verdade podemos inclusive entrever uma TRÍNDADE nesta história, pois a comunidade messianica de qumran esperava para o fim dos tempos 3 personagens fundamentais : o PROFETA, o MESSIAS de aarão , e o MESSIAS de Israel, muito sugestivo isto não ?)
Deixando de lado minha especulação fantastica a respeito de triades de personagens, notem que :
Ainda é possivel fazer uma comparação intima entre Jesus O MESSIAS, com estes DOIS messias essenios.
Pois o novo testamento deixa claro que Jesus é o MESSIAS (1) por descendender de Davi , e também é o Messias (2) por ser filho de Deus e Salvador.
Inclusive não esqueça o detalhe que na epistola aos Hebreus, Jesus é também considerado um Messias Sacerdotal, o sumo sacerdote que preside o santuário celestial.
5) Um dos titulos messianicos dados a jesus no novo testamento tem agora uma confirmação em qumran, pela primeira vez na forma semita.
Em lucas 1,32-33,o anjo que aparece a Maria para anunciar que ela conceberia uma criança extraordinária, faz a seguinte descrição:
"este será grande e será chamado FILHO DO ALTISSIMO , e o senhor deus lhe dara o trona de davi, seu pai, e ele rinará para sempre sobre a cas de jacó, e o seu reinado não terá fim". O menino também sera chamado "santo, o FILHO DE DEUS" ( lucas 1,35).
Um paralelo intrigante aparece num documento da comunidade essenia de qumran:
"ele será grande sobre a terra, Oh Rei! todos hão de fazer a paz, e todos hão de servi-lo, ele será chamado filho do grande deus, e por seu nome será ele nomeado. Ele será aclamado como o FILHO DE DESU, e o chamarão de FILHO DO ALTISSIMO ...., e seu reino sera um reino para sempre".
Não se trata simplesmente de um mesmo titulo encontrado em dois textos, mas de um CONTEXTO INTEIRO que apresenta semelhanças notáveis.
6) Mais alguns paralelos interessantes entre a infancia de Jesus e noé.
Em mateus e Lucas é dito que o espirito santo envolvera maria e ela concebera ( mateus 1,18;lucas 1,35).
No caso de noé, um texto de qumran, o apócrifo do genesis ( 1QapGen) diz que seu pai, Lamec, suspeita que sua mãe , Batenos, teve um caso extramarital com um ANJO.
7) Os membros da comunidade essenia de qumram e os primeiros cristãos interpretavam os textos biblicos com a mesma forte consciencia escatológica de que o fim dos tempos se aproximava.
O "comentário de Habacuc" um dos primeiros manuscritos descobertos, mostra que o que os autores biblicos dizem sobre os ultimos dias e todo o desenlace das profecias , são consideradas pelos essenios como sendo no presente, e acontecendo com eles mesmos, exatamente como consideravam os primeiros cristãos ( aliás, como ainda CONSIDERAM as vertentes mais apocalipticas de nossas atuais denominações cristãs !)
Compare :
Habacuc 2,1-2:
"eu tomarei meu posto de vigia, e me posicionarei na torre, e aguardarei para ver o que ele me dirá, e que resposta eu darei com relação a minha quiexa. E o senhor me respondeu: --escreva a visão, grave-a sobre tábuas, para que possa ler até quem passe correndo."
Um texto semelhante ocorre nos comentarios de habacuc da comunidade de qumran, e com uma interpretação dos proprios essenios que revela que estes textos de habacuc se referem ao MESTRE DA JUSTIÇA, ao qual deus faz saber todos os mistérios das palavras dos seus servos, os profetas ( comentario de habacuc 7,1-5).
E muitas outras passagens do NOVO testamento apresentam a mesma leitura escatologica dos textos biblicos, interpretando-os como profecias que se aplicavam diratamente aos eventos contemporaneos ( sempre de/e/para si mesmos, em jesus, em qumran)
Veja :
Pentecostes em atos 2
O grupo dos apostolos estava falando cada qual na lingua dos seus ouvintes, por obra do espirito santo que se havia derramado sobre eles.
a população local fica perplexa e zomba deles. Pedro defende os que estavam falando em linguas, citando as escrituras em apoiao ao milagre linguistoc que acabara de acontecer :
" estes homens não estão embriagado como vindes pensando, s................. o que ocore é q foi dito pelo profeta JOEL : e acontecerá NOS ULTIMOS DIAS [ na verdade joel não diz ULTIMOS DIAS, ele diz MAIS TARDE , mas PEDRO adultera o texto numa tipica INTERPRETAÇÃO MESSIANICA, na defesa de seus interesses pessoais] ..... diz o senhor que derramarei do meu espirito sobre a carne, vossos filhos e filhas profetizarão, vossos jovens teroa visoe e vosov elhos sonharão"..... atos 2,15-17
Assim para o NOVO testamento, o profeta joel proclamou q o espirito divino seria derramado nos ultimos dias, e aquele evento escatológico realmente ocorreu na primeira celebração CRISTÃ do pentecostes.
8) Por vezes os autores do NOVO testamento e dos autores de QUMRAN se baeiam na MESMA passagem bíblica, e interpretando-a da MESMA maneira.
Em isaias 40,3 : Joao batista para os redatores do evangelho - seguidores de qumran = eram ambos consideraods os CONSTRUTORES DO CAMINHO DO SENHOR NO DESERTO.
Habacuc 2,4b : "mas o justo viverá pela sua fé" um dos motivos favoritos de paulo. ele o emprega em galatas 3,11 para sustentar seu arguemto de que A FÉ, e NÃO as OBRAS , é o caminho par se tornar justo diante de deus.
"é evidente que pela lei ninguem é justificado diante de deus, po o justo viverá pela fé " ( também em romanos 1,17)
O comentário de habacuc de qumran usa o mesmo texto e o mesmo método de interpretação.
9) Outra semelhança é o tipo de doutrina , ambas empregam uma linguagem dualística para descrever as opções no universo : existem apenas duas posições, sem plano intermediário.
Como ambas as comunidades ainda são judaicas naquele tempo, o dualismo é ético, os dois principios opostos são LUZ e TREVAS:
"Deus criou o homem para governar o mundo, e lhe designou dois espiritos como os quais deveria caminhar até o tempo de sua visitação: os espiritos da verdade e da mentira.
Os nascidos da verdae emanam de um fonte de luz, mas os nascidos da mentira emanam de uma fonte de trevas. Todos os filhos da justiça são regidos pelo Principe da Luz e caminham pelas verdas da luz, mas todos os filhos da falsidade são regiso pelo Anjo das trevas e caminham pelas veredas das trevas" ( manual de disciplina 3,18-21).
....... "Pois deus estabeleceu os espiritos em media igual até a idade final e plantou ódio eterno entre suas divisões. A verdade abomina as ações da mentira, e a mentira odeia todas as formas de verdade. E sua luta é feroz em todas suas disputas, pois ela não caminham juntas" ( manual de disciplina 4,16-18).
No entanto deus ordenou um fima para a mentira, e ao tempo da visitação ele a destruira para sempre ( manual da disciplina 4,18-19)
Um outro texto de qumran, o Pergaminho da GUERRA DOS FILHOS DA LUZ CONTRA OS FILHOS DAS TREVAS, contém uma descrição minuciosa das batalhas finais entre os filhos da luz e das trevas. Embora anjos poderosos lutem em ambos os lados, deus deicidrá, quando lhe aprouver, a questão a favor da luz.
Essa linguagem não é nada estranha aos leitores do NOVO testamento. Uma retórica semelhante aparece nos escritos de PAULO ( coríntios 6,14-7,1) e também de João.
Como nos textos de qumran, joão usa o contraste luz/trevas não em sentido literal, mas em seu sentido ético.
Detalhe importante : tanto os seguidores de JESUS, como os membros da comunidade essenia de qumran se intitulavam a si próprios de OS FILHOS DA LUZ.
*Texto resumido e adaptado do artigo de JAMES VANDERKAM para a revista de arqueologia biblica.por : Marco Auréli Müller - Ctba Pr 03/12/2009